Os encontros iniciais da lacuna, no ano de 2020, deflagraram as questões mais urgentes para cada uma das participantes no contato com o arquivo. A partir dessas reflexões foi escrito o artigo "Acervos literários digitais ou O pesquisador como artista", de autoria de Clara Pereira e Elizama Almeida. O foco do artigo está na pesquisa em arquivo como uma possibilidade artística, imaginativa e ativa, partindo da figura do pesquisador como um dos principais responsáveis pela atualização da obra de um autor a partir do seu acervo.
O texto se inicia revisitando e revisando conceitos de arquivo, o qual, por muitos caminhos, pode ser compreendido como um espaço físico (casa, domicílio). Essa discussão avança delineando os agentes que movimentam este lugar que, precisamente enquanto lugar, é reconfigurado pelo processo de digitalização dos seus documentos. Já em um segundo momento, o texto se detém no relato da pesquisa de uma caderneta inédita de Clarice Lispector, sob abrigo do Instituto Moreira Salles, durante a pandemia.
Uma questão orienta o texto: o que é possível fazer na página e na tela? Quais as implicações críticas e as intersecções dessas escolhas?
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